Não é de hoje que as mulheres precisam lutar
pelos seus direitos. Há séculos e séculos elas sofrem não apenas o preconceito,
mas, o descaso por parte, principalmente, daqueles que deveriam protegê-las: o
Estado. Dessa forma, ainda vemos nos dias de hoje, em pleno século XXI,
verdadeiras aberrações sociais. As mulheres são as que trabalham mais e em
contrapartida são as que ganham menos. São as que mais sofrem violência, seja
ela física ou psicológica e as que estudam mais também.
Para se ter uma mínima idéia a cada dois minutos 15
mulheres são agredidas, além disso, em Pernambuco a cada dois dias uma mulher é
assassinada, de acordo, com a Secretária de Defesa Social do Estado. Outro
dado que coloca as mulheres em situação difícil é da área educacional. Embora hoje,
elas sejam maioria nas Universidades Federais, de acordo com o INEP/MEC,
correspondemos 57,5% das vagas, ao mesmo tempo, somos as que, têm mais
dificuldade em se formar.
Os motivos que levam a esse panorama são diversos e
passam pela falta de assistência estudantil, estrutura educacional como salas
de laboratórios (algo que não existe) e nos casos das alunas que já são mães, a
falta de uma creche parece ser o principal empecilho, pois segundo pesquisa
realizada pela ANDIFES(Associação Nacional dos dirigentes das instituições
federais superiores)68% das matriculas trancadas tem como causa a licença
maternidade. E das 59 Universidades que existem em nosso país, só existem 19
com creches.
Portanto, torna-se necessário, a luta pela construção da creche dentro
da UFRPE. Além do, mas a construção de uma creche irá trazer muitos benefícios,
por que ainda segundo estudo 43,4% das universitárias que são mães usam as
creches nas universidades que já contam com essa estrutura, também podemos
citar que a partir destas irá elevar-se a qualidade e potencial de muitos
cursos a exemplo de Psicologia, administração, Pedagogia entre outros. Além das
comunidades que estão ao redor da universidade poderem também usa-las. A creche
é dever do município, e nesse sentido é preciso que o MEC(Ministério da
Educação e Cultura)intervenha junto com as universidades e a partir dai se crie
o dialogo entre prefeituras e universidades, para que dessa forma possibilite a
construção dessas unidades.
Com todo esse trabalho que temos pela frente,
nos unir em torno da luta por politicas públicas e afirmativas, sem falar na
assistência estudantil que deve e precisa ser ampliada e mais ainda nossa luta
pela reconstrução de uma universidade democrática e popular é imprescindível.
Por tudo isso que se continue lutando por esses direitos. Afinal, sem luta é
que nunca haverá vitória.
Pela creche universitária! Somos mães, estudantes e trabalhadoras!
Lene Correa, Pedagogia, UFRPE-Recife