O ano de 2014 será um
marco para nossa história. Mas, não pelo fato de ser o ano de Copa do Mundo e
sim, porque é esse o ano que marca 50 anos do período da história do povo
brasileiro simbolizado pela violenta repressão e exploração dos trabalhadores e
da nossa juventude, justificada pelas ações fascistas do Regime Militar
(1964-1985). Em 31 de março, serão 50 anos do golpe militar brasileiro, anos
que devem ser relembrados no sentido de trazer à tona a busca pela memória e a
luta pela justiça.
A UFRPE foi palco da
forte repressão que o regime militar impôs a juventude e todo povo brasileiro,
tendo como reflexo disso, uma das universidades que mais sofreu com o golpe.
Foram muitos os estudantes que tiveram de abandonar seus cursos, por meio do
decreto 477, decreto lei previsto pelo AI5, que cassava as lideranças dos
movimentos sociais e estudantis. Odijas Carvalho de Souza que foi morto sobe
tortura, foi vitima desse arbitrário decreto. Mesmo com o forte aparelho
repressor, o trabalho do movimento estudantil na UFRPE permaneceu ativo e
combativo. As formas de luta foram evoluindo de abaixo-assinado a greves;
ocupação do R.U. ao aprisionamento do reitor. Essas lutas foram lideradas por
estudantes que hoje fazem parte dessa história ainda tão pouco contada, a
história de resistência da nossa juventude e a nossa luta por uma universidade
pública de qualidade e um Brasil livre e igualitário. Valmir costa, Pedro Laurentino,
Juares Gomes e José Moura estudantes e diretores do DCE e DA’s representaram mesmo
na clandestinidade a juventude da UFRPE nos Congressos da UNE (União Nacional dos
Estudantes) e UEP (União dos estudantes de Pernambuco), bem como, nas ações de
rua, como a passeata dos 30 mil em junho de 1968.
Dentro desse contexto
histórico tão importante e honrado do movimento estudantil na luta pela
redemocratização do nosso País, a UFRPE estará realizando pelo Departamento de História
e em conjunto com a Associação dos Profissionais de História – Seção
Pernambuco, a Universidade de Pernambuco, a Administração de Fernando de
Noronha e a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos – SEJUDH o
seminário: O GOLPE PASSADO A LIMPO: 50 ANOS DEPOIS.
Programação do evento |
O evento contará com a
participação de ex-presos políticos, Comissão e Comitê da Memória Verdade e
Justiça do Estado, Centro Cultural Manoel Lisboa e vários nomes que lutaram pela redemocratização do Brasil e
que continuam na luta pela punição dos responsáveis pelo golpe militar.
O movimento Resistência,
que tem em suas raízes a luta desses estudantes e que na sua reconstrução em
2006 passou a adotar esse nome em homenagem aos lideres estudantis desse
período e a todos os estudantes que com bastante combatividade resistiu às
ações do regime militar vem parabenizar a organização do seminário e reiterar
nosso total apoio a todas as ações que levantem a bandeira pela memória,
verdade e justiça. Devemos honrar a nossa história e lutar para que ela seja restabelecida
com base na verdade. Convidamos todos os
estudantes da UFRPE a participar do seminário que ocorrerá nos dias 1 a 4 de
abril no CEGOE, para assim, dar mais um importante passo na luta pelo
restabelecimento da verdade e a luta pela justiça.
Para que nunca se
esqueça. Para que nunca mais aconteça!Maiores informações, acesse: http://ufrpedahis.blogspot.com.br/
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