As eleições do DCE é
sempre um momento muito importante dentro da URPE, não só pela renovação da
gestão, como também pelo balanço que se faz, junto aos seguimentos estudantis
da situação da educação em nossa instituição, hoje presente do Litoral ao
Sertão. A UFRPE sempre foi destaque na luta por uma educação de qualidade, na
defesa de um país democrático e por mais verbas no ensino superior e pela
assistência estudantil de qualidade. Nesse contexto o movimento Resistência se
orgulha de fazer parte na construção dessa história de mais de cem anos.
O movimento Resistência
surge na UFRPE ainda no fim dos anos 60, início da ditadura militar, que
dominava a vida acadêmica e amarrava a democracia em nosso país. O estudante de
Veterinária, Valmir Costa, militante dos movimentos sociais em Alagoas, sua
terra natal, inicia em 66 o processo de construção do movimento estudantil pela
base, mesmo com as limitações impostas pela ditadura. Na UFRPE os estudantes
elegeram seus representantes de turma, construíram diversas assembléias,
formaram seus Diretórios Acadêmicos e retomaram o DCE. Em 1968 a histórica
greve da Rural, em defesa de um RU de qualidade, baixa dos preços da Xerox e
melhorias na grade curricular levou o movimento estudantil pernambucano a um
dos momentos mais fortes de enfrentamento a ditadura militar: exercito cercando
a universidade, água e luz cortada, e ameaças de invasão ao campus. Os
estudantes não tiveram alternativa: seqüestraram o reitor. Após mais de 30 dias
toda a reivindicação foi cumprida, as faltas abonadas, os líderes tiveram a
garantia de que não sofreriam represálias e a greve acabou. 100% vitoriosa.
Esse é um poço do
espírito da UFRPE em relação ao movimento estudantil: marcha dos 30 mil em Recife
após a marcha dos Cem mil, participação do histórico congresso de Ibiúna da
UNE, Reconstrução da UNE e da UEP nos anos 80 até a recente criação da Oposição
de Esquerda da UNE e a interiorização do DCE e consolidação do movimento
estudantil no interior. Nos orgulhamos dessa história de luta dentro da
UFRPE. Foi por isso que Yuri Pires
Rodrigues, ex-estudante de História, coordenador geral do DCE por duas vezes, e
1° Vice-presidente da UNE eleito pela Oposição de Esquerda, reorganizou o
movimento Resistência no ano de 2005, homenageando essa história de luta que
nossa universidade traz consigo.
Assim foi feito. Os
estudantes da UAG e da UAST puderam participar efetivamente do DCE, eleger seus
representantes nos Diretórios Acadêmicos, participar da vida política da UFRPE
como um todo e dos fóruns deliberativos da UPE e da UNE. Em 2008, quando a
Chapa Reconstrução (que contava com a participação de vários coletivos da
UFRPE) reabriu o DCE, que se encontrava fechado, entregue às baratas e
desacreditado pelos estudantes, pela reitoria e por toda comunidade acadêmica
da UFRPE. Irônico era o fato de que o DCE era dirigido pelos mesmos dois grupos
que hoje se denominam “Mais Vale o que Será”, a juventude do PSTU (o mesmo que
dirige o sindicato dos técnicos e a associação dos docentes, a ADUFERPE) e o
PCB, que se encastelou nos diretórios acadêmicos de Agronomia e Veterinária há
anos.
O nosso desafio foi interiorizar
o DCE para todos os estudantes e organizar, de fato o ME em todas as unidades
da UFRPE. Foi assim que conseguimos uma audiência com o Governador do Estado,
em 2009, pela construção da estrada que dava acesso a Unidade Acadêmica de
Serra
Talhada (UAST) ou quando os estudantes da UAG conseguiram uma audiência pública com o MEC, após vários atos dentro de fora do campus, para debater a situação da primeira expansão realizada pelo REUNI. Também não duvidamos quando colocamos o primeiro coordenador do DCE do interior, o estudante de Agronomia (na época) Cloves Silva, da UAST, que além de estar na coordenação geral do DCE participava ativamente do conselho Universitário, principal órgão de decisão da nossa instituição.
Talhada (UAST) ou quando os estudantes da UAG conseguiram uma audiência pública com o MEC, após vários atos dentro de fora do campus, para debater a situação da primeira expansão realizada pelo REUNI. Também não duvidamos quando colocamos o primeiro coordenador do DCE do interior, o estudante de Agronomia (na época) Cloves Silva, da UAST, que além de estar na coordenação geral do DCE participava ativamente do conselho Universitário, principal órgão de decisão da nossa instituição.
Ao lançar a chapa Reconstrução
para a eleição de 2014, assumimos com orgulho, nossa história de luta e nossa
contribuição para com a UFRPE. Uma história que só nos traz orgulho por tudo
aquilo que foi conseguido dentro de nossa instituição. Dessa forma, é inútil
tentar mudar o foco do debate dizendo que a chapa Reconstrução foi apenas uma
mudança de nome. Errado! A chapa Reconstrução é composta por diversos coletivos
e lideranças de toda a UFRPE, por diversos diretórios acadêmicos da Sede, da
UACSA, UAG e UAST. É orgulho saber que a indignação dos estudantes não
encontrou respaldo no “deixa que eu deixo” ou no mero “criticar por criticar”.
A chapa Reconstrução foi formada com um único intuito: reabrir o DCE que só
aparece nas unidades do interior em época de eleição e aula magna, não prestou
contas da gestão que fizeram e mancharam o nome dessa entidade que leva o nome
de Odijas Carvalho de Souza com a falta de compromisso com os estudantes e com
as instancias da UFRPE.
Ter um DCE ativo significa a
garantia de que não vamos ter as bolsas cortadas, como vimos na sede, nem a
falta de informação que acarreta no interior, pelo simples fato da diretoria do
DCE não ter como prioridade com a luta de todo estudante. “Ter ou não ter
representação, eis a questão!” é isso que essa eleição vai definir. E isso é
algo muito sério. Não se faz uma gestão apenas no discurso. Por isso, dias 2 e
3 de Dezembro, vote chapa 1, vote Reconstrução, para reabrir o DCE da UFRPE que
hoje não está nas mãos dos estudantes.
Coordenação do
Movimento Resistência UFRPE.
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