Não é de hoje que os
estudantes da UAST enfrentam dificuldades em relação a informações, sobretudo
quando se trata da Reitoria. No último 12 de maio de 2014, cerca de 40
estudantes foram surpreendidos com o anuncio de que suas bolsas foram cortadas.
O motivo: reprovações ou estarem “perto de concluírem seus cursos”, o que
surpreendeu Camila Lima, estudante do 7° de Biologia da unidade, que esteve bem
próxima de abandonar seu curso por não ter outra fonte de renda a não ser a
bolsa de apoio acadêmico recebida na unidade:
“Eu
já estava preocupada com o atraso da bolsa, quando recebi a notícia que ela foi
cortada, assim, sem nenhum aviso prévio, não soube nem o que fazer direito.”
Afirma Camila, que não é de Serra talhada, e, assim como vários “UASTianos”,
amarga a dificuldade de pagar um aluguel caríssimo na cidade, além da falta de
um transporte regular no interior.
“A
pessoa que é de outra cidade e vive com esta bolsa como é que fica? se a
PROGEST diz que essa bolsa é uma ajuda (incentivo) para que o aluno possa se
formar sem ter que desistir do curso por falta de dinheiro por que agora quando
se está prestes a se formar a bolsa é cortada?”
Em reunião com a
reitora, formada por uma comissão de bolsistas, a União dos Estudantes de
Pernambuco (UEP) e o movimento Resistência, dia 15 de maio, a reitora Maria
José afirmou que havia ocorrido uma “falha na comunicação na UFRPE” e que o
fato seria analisado”. Porém, o que a UFRPE chamou de “falha de comunicação”
foi recebido de outro modo pelos bolsistas. Segundo alguns estudantes que
tiveram suas bolsas cortadas, mas não quiseram divulgar seus nomes, a
informação que receberam por parte da PROGEST foi que quem houvesse repetido
quatro cadeiras, que estivesse perto de concluir seu curso ou quem tivesse
retido duas vezes seguidas teria sua ajuda de custo cortada. Uma lista teria
sido elaborada com os nomes dos alunos, mas tal lista não poderia ser divulgada
para os próprios bolsistas.
Ainda não satisfeitos com essa resposta, em reunião
do CTA (Conselho Técnico Administrativo) dia 22 de maio, colocamos essa questão
em pauta, pedimos que essa fosse resolvida, e a resposta que recebemos da
diretora da Unidade Acadêmica foi: “Eu
fiquei sabendo disso ontem através de um aluno que foi na minha sala, chorando,
por que sua bolsa tinha sido cortada. Não se pode resolver as coisas assim. Tem
alunos que conseguiram a bolsa no 5º período, por exemplo, e já tiveram a bolsa
cortada. Estamos tomando as devidas providências. Conversarei com Mendes
(pró-reitor de gestão, ensino e extensão).”
Após os estudantes
terem se mobilizado e preparado um dossiê com todos os documentos relativos às
bolsas da PROGEST (editais, resoluções do CONSU, artigos do PNAES e etc.) e se
disporem a ir à luta pela imediata retomada das bolsas, a PROGEST resolveu
voltar atrás de sua decisão, resolvendo a “falha de comunicação” que havia
ocorrido anteriormente, no mesmo dia em que ocorreu a reunião do CTA. As bolsas
já foram devolvidas aos estudantes e a promessa é que não haja mais esse tipo
de situação, afinal de contas, assistência estudantil não é um favor nem pode
ser visto como meritocracia, nem tão pouco ser
cortada assim, sem mais nem menos. Estamos de olho!
Islene Catão é estudante de Letras da UAST
Islene Catão é estudante de Letras da UAST