domingo, 1 de junho de 2014

Reitoria Volta Atrás no Corte das Bolsas da UAST

 
Só a mobilização estudantil pode garantir a manutenção dos direitos conquistados
Não é de hoje que os estudantes da UAST enfrentam dificuldades em relação a informações, sobretudo quando se trata da Reitoria. No último 12 de maio de 2014, cerca de 40 estudantes foram surpreendidos com o anuncio de que suas bolsas foram cortadas. O motivo: reprovações ou estarem “perto de concluírem seus cursos”, o que surpreendeu Camila Lima, estudante do 7° de Biologia da unidade, que esteve bem próxima de abandonar seu curso por não ter outra fonte de renda a não ser a bolsa de apoio acadêmico recebida na unidade:
“Eu já estava preocupada com o atraso da bolsa, quando recebi a notícia que ela foi cortada, assim, sem nenhum aviso prévio, não soube nem o que fazer direito.” Afirma Camila, que não é de Serra talhada, e, assim como vários “UASTianos”, amarga a dificuldade de pagar um aluguel caríssimo na cidade, além da falta de um transporte regular no interior.
“A pessoa que é de outra cidade e vive com esta bolsa como é que fica? se a PROGEST diz que essa bolsa é uma ajuda (incentivo) para que o aluno possa se formar sem ter que desistir do curso por falta de dinheiro por que agora quando se está prestes a se formar a bolsa é cortada?”
Em reunião com a reitora, formada por uma comissão de bolsistas, a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) e o movimento Resistência, dia 15 de maio, a reitora Maria José afirmou que havia ocorrido uma “falha na comunicação na UFRPE” e que o fato seria analisado”. Porém, o que a UFRPE chamou de “falha de comunicação” foi recebido de outro modo pelos bolsistas. Segundo alguns estudantes que tiveram suas bolsas cortadas, mas não quiseram divulgar seus nomes, a informação que receberam por parte da PROGEST foi que quem houvesse repetido quatro cadeiras, que estivesse perto de concluir seu curso ou quem tivesse retido duas vezes seguidas teria sua ajuda de custo cortada. Uma lista teria sido elaborada com os nomes dos alunos, mas tal lista não poderia ser divulgada para os próprios bolsistas.
Ainda não satisfeitos com essa resposta, em reunião do CTA (Conselho Técnico Administrativo) dia 22 de maio, colocamos essa questão em pauta, pedimos que essa fosse resolvida, e a resposta que recebemos da diretora da Unidade Acadêmica foi: “Eu fiquei sabendo disso ontem através de um aluno que foi na minha sala, chorando, por que sua bolsa tinha sido cortada. Não se pode resolver as coisas assim. Tem alunos que conseguiram a bolsa no 5º período, por exemplo, e já tiveram a bolsa cortada. Estamos tomando as devidas providências. Conversarei com Mendes (pró-reitor de gestão, ensino e extensão).”

Após os estudantes terem se mobilizado e preparado um dossiê com todos os documentos relativos às bolsas da PROGEST (editais, resoluções do CONSU, artigos do PNAES e etc.) e se disporem a ir à luta pela imediata retomada das bolsas, a PROGEST resolveu voltar atrás de sua decisão, resolvendo a “falha de comunicação” que havia ocorrido anteriormente, no mesmo dia em que ocorreu a reunião do CTA. As bolsas já foram devolvidas aos estudantes e a promessa é que não haja mais esse tipo de situação, afinal de contas, assistência estudantil não é um favor nem pode ser visto como meritocracia, nem tão pouco ser cortada assim, sem mais nem menos. Estamos de olho!   


                                 Islene Catão é estudante de Letras da UAST