terça-feira, 25 de março de 2014

50 anos do golpe militar e a luta pela memória, verdade e justiça



O ano de 2014 será um marco para nossa história. Mas, não pelo fato de ser o ano de Copa do Mundo e sim, porque é esse o ano que marca 50 anos do período da história do povo brasileiro simbolizado pela violenta repressão e exploração dos trabalhadores e da nossa juventude, justificada pelas ações fascistas do Regime Militar (1964-1985). Em 31 de março, serão 50 anos do golpe militar brasileiro, anos que devem ser relembrados no sentido de trazer à tona a busca pela memória e a luta pela justiça.
A UFRPE foi palco da forte repressão que o regime militar impôs a juventude e todo povo brasileiro, tendo como reflexo disso, uma das universidades que mais sofreu com o golpe. Foram muitos os estudantes que tiveram de abandonar seus cursos, por meio do decreto 477, decreto lei previsto pelo AI5, que cassava as lideranças dos movimentos sociais e estudantis. Odijas Carvalho de Souza que foi morto sobe tortura, foi vitima desse arbitrário decreto. Mesmo com o forte aparelho repressor, o trabalho do movimento estudantil na UFRPE permaneceu ativo e combativo. As formas de luta foram evoluindo de abaixo-assinado a greves; ocupação do R.U. ao aprisionamento do reitor. Essas lutas foram lideradas por estudantes que hoje fazem parte dessa história ainda tão pouco contada, a história de resistência da nossa juventude e a nossa luta por uma universidade pública de qualidade e um Brasil livre e igualitário. Valmir costa, Pedro Laurentino, Juares Gomes e José Moura estudantes e diretores do DCE e DA’s representaram mesmo na clandestinidade a juventude da UFRPE nos Congressos da UNE (União Nacional dos Estudantes) e UEP (União dos estudantes de Pernambuco), bem como, nas ações de rua, como a passeata dos 30 mil em junho de 1968.
Dentro desse contexto histórico tão importante e honrado do movimento estudantil na luta pela redemocratização do nosso País, a UFRPE estará realizando pelo Departamento de História e em conjunto com a Associação dos Profissionais de História – Seção Pernambuco, a Universidade de Pernambuco, a Administração de Fernando de Noronha e a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos – SEJUDH o seminário: O GOLPE PASSADO A LIMPO: 50 ANOS DEPOIS.

Programação do evento
O evento contará com a participação de ex-presos políticos, Comissão e Comitê da Memória Verdade e Justiça do Estado, Centro Cultural Manoel Lisboa e vários nomes que lutaram pela redemocratização do Brasil e que continuam na luta pela punição dos responsáveis pelo golpe militar.
O movimento Resistência, que tem em suas raízes a luta desses estudantes e que na sua reconstrução em 2006 passou a adotar esse nome em homenagem aos lideres estudantis desse período e a todos os estudantes que com bastante combatividade resistiu às ações do regime militar vem parabenizar a organização do seminário e reiterar nosso total apoio a todas as ações que levantem a bandeira pela memória, verdade e justiça. Devemos honrar a nossa história e lutar para que ela seja restabelecida com base na verdade.  Convidamos todos os estudantes da UFRPE a participar do seminário que ocorrerá nos dias 1 a 4 de abril no CEGOE, para assim, dar mais um importante passo na luta pelo restabelecimento da verdade e a luta pela justiça.
Para que nunca se esqueça. Para que nunca mais aconteça!
Maiores informações, acesse: http://ufrpedahis.blogspot.com.br/

sábado, 8 de março de 2014

Homenagem Do Movimento Resistência ao Dia Internacional da Mulher













                        
                                                    Costela do mundo. Amparo, Das Dores.
                                                    As dores da terra. Dolores, Duzinha.
                                                    Rainha da guerra. Jovita, Dandara
                                                    A mãe do cangaço. Maria Bonita
                                                    Aflitas nas praças. Las madres de mayo
                                                    Balaio nos ombros. Las madres de siempre
                                                    Calvário nas ruas. Mulher meretriz
                                                    O canto da vida. Mercedes, Ellis
                                                    Esposa da luta. Anita, Olga,  Iara
                                                    Mulheres anônimas que ninguém repara
                                                    Não importa o nome, não importa a cara
                                                    A mulher que luta é a que honra a saia.


                                                               Pedro Laurentino*











*(Pedro Laurentino Reis Pereira, que foi estudante de Agronomia da UFRPE, e, como militante do movimento estudantil e social da década de 1970, foi presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (DCE/UFRPE - 1977/1978), diretor de Exatas da UNE (1979) e presidente de Reconstrução da UEP (1980/1982). Atualmente Pedro Laurentino é diretor de Formação Sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Piauí (SINTRAJUFEPI) e tem como principal luta ações pela abertura dos arquivos da ditadura militar e punição dos torturadores. o DCE da UFRPE leva seu nome, e Odijas é o patrono da entidade, a partir de sugestão de Pedro Laurentino, durante os anos de 1979/1980, em uma assembléia de estudantes.)