terça-feira, 26 de novembro de 2013

Reitoria se Reuni com Estudantes da UAST em Resposta a Carta Entregue ao MEC e a Presidente Dilma



Reitora Recebe "Carta aberta" do Movimento Resistência


Dia 22 de Novembro os estudantes da UAST se reuniram com a reitora Maria José de Sena, para discutir a situação da unidade acadêmica, a mesma lidera um ranking de obras paradas no país. A reunião foi marcada pela reitoria da UFRPE para responder a “Carta Aberta” do movimento Resistência, entregue a presidente Dilma em visita a Serra Talhada no início do ano. A carta também foi entregue ao MEC e ao vice-reitor, em visita a unidade durante a aula magna de 2013.1.

A situação da unidade é alarmante, enquanto vemos dinheiro público sendo investido em outras coisas como o Mensalão ou na Copa do Mundo. “A Arena Pernambuco ficou pronto em dois anos, mas as obras da UAST estão paradas dês do início da instituição em Serra Talhada”, disse Rita Silva, estudante de Letras da UAST, representante discente no Conselho Técnico Administrativo da UAST.

Na reunião esteve presente a diretora da unidade, Kátia Maria, que, junto com a Reitora, explicou a situação das obras da unidade e falou sobre temas de interessa da comunidade acadêmica, como a construção do RU e o problema da venda de lanches no campus. Para Luís Carlos Júnior, estudante de Economia da UAST, integrante do movimento Resistência, “Só a nossa mobilização pode acabar com essa situação de nossa educação, assim como fizemos nas manifestações de junho, onde os estudantes da UAST estavam em peso, denunciando a situação de nossa unidade”.  








Detenção de Jovem na UAG Gera Debate Sobre Racismo e Preconceito na UFRPE


Jovem algemado gera debate sobre a discriminação dentro das universidades
 

Um dia após a data de comemoração da consciência negra, dia 21, houve um fato na UAG-UFRPE que deixou a comunidade acadêmica indignada: Um jovem entrou em um dos laboratórios de informática da UAG para acessar a internet. Ao perceber que o mesmo não era um estudante da unidade, a instituição acionou a segurança, que o abordou em tom de arrogância, segundo estudantes que estavam presentes no laboratório. O jovem, de nome Felipe, tentou se defender alegando que não fazia nada de errado, que era uma pessoa de bem e que só estava ali para acessar a internet, com urgência, e que não estava cometendo nenhum crime. Poucos minutos depois, a polícia militar apareceu na UAG, colocou sua viatura em uma das passarelas, onde passam estudantes de um prédio a outro, entrou no laboratório, agredindo o rapaz na frente de vários estudantes, levando o jovem algemado.

Ao tentarem colocá-lo dentro da viatura, o rapaz se proclamou inocente na frente de todos, alegando que estava sendo vítima de discriminação social e racial. Logo após isso, os policiais o mandaram calar a boca e afirmaram que “a constituição não valia de nada e se Dilma levou na cara na ditadura, quem seria ele para não apanhar?”, batendo novamente na cabeça do jovem com um capacete de ciclista (vários vídeos foram feitos do ocorrido).

Todos ficaram abismados com a truculência e o modo de resolver o caso, deixando claro que se tratava de um caso de discriminação. Minutos depois, para justificar a sua truculência, os policiais afirmaram que o andarilho estava traficando drogas dentro da universidade e por isso representava um grande perigo. Para a nossa surpresa, quando os policiais foram revistar as coisas dele, que estavam em sacolas numa bicicleta estacionada, foram encontradas apenas frutas, como mangas, e laranjas, em outra, roupas, livretos de cordel e rabiscos. "Eu sou poeta cordelista", afirmou o jovem, já algemado.

 É evidente que a UAG precisa de mais segurança, uma segurança que receba as instruções de como intervir em cada caso. Reivindicamos segurança várias vezes, aqui na UAG, em meio a tantos assaltos que já aconteceram, como no ano de 2011, onde o movimento Resistência organizou uma audiência pública na câmara de vereadores de Garanhuns para solicitar segurança para o campus e iluminação.

O que realmente indigna a comunidade acadêmica da UAG é o fato da polícia nunca estar “à disposição” quando realmente se precisa, como no caso do entorno da unidade que fica desprotegida durante a noite, por exemplo, e já foi motivo de várias queixas dos estudantes, técnicos e professores. Outra preocupação é com a segurança interna da universidade: ao mesmo tempo em que permite a entrada de pessoas sem uma identificação, não está preparada para certos tipos de situações, como essa. Constrangimento maior teria sido evitado se houvesse uma comunicação real entre a comunidade, a diretoria do campus e a segurança. Se ele foi utilizar a internet, quem o autorizou quem procurou o rapaz para lhe liberar (ou não) ao uso do laboratório de informática da UAG? Por que o jovem não poderia utilizar a internet da instituição, sendo ela uma universidade publica?


Outras questões que levantaram polêmica, além da repressão policial e a clara discriminação social e racial, é como a universidade lida com diversos ocorridos. Em 2011 o estudante da UAST, Cloves Silva, na época diretor do DCE-UFRPE, foi levado pela polícia após dirigir um ato na unidade acadêmica de Serra Talhada pela continuação das obras paradas. O estudante foi detido e acusado, após a própria direção chamar a polícia. Não podemos deixar passar que a nossa universidade ainda possui vários resquícios da ditadura militar, prova maior são seus estatutos, inda da época dos generais da ditadura. Talvez, se o jovem fosse branco, estivesse com um carro ao invés de se negro e estar com uma bicicleta ele não teria passado por tudo isso.

O movimento Resistência na UAG e os estudantes exigem uma resposta por parte da polícia e da administração da UFRPE. Até quando iremos ver esse tipo de situação acontecer com nossos jovens no país? Não podemos aceitar que a cor da pele ou a aparência sejam critérios para se decidir quem é ou não bandido nem sirva de pretexto para reprimir a juventude. Já basta ver a truculência como a polícia trata os estudantes quando organizam alguma manifestação, como ocorreu na USP recentemente ou como no caso da extrema violência como no caso do Amarildo, no Rio de Janeiro. Repudiamos esse tipo de abordagem, a falta de diálogo e todo e qualquer tipo de discriminação social e racial dentro de nossa universidade.

 

Isadora Alves, estudante de Agronomia da UAG e diretora da UEP

domingo, 24 de novembro de 2013

Calourada Comemora Dia da Consciência Negra na UFRPE






As questões relacionadas às formas variadas de opressões, ainda que pertinentes e vivenciadas cotidianamente na sociedade, não são tratadas de maneira adequada. O tema passa a ser pouco debatido, e quando acontece, é feito de forma rasteira e isolada. Racismo, machismo, homofobia são um reflexo negativo de uma sociedade de classes, onde, a maioria passa a ser oprimida por uma minoria. Em nosso País, do dia 20 de novembro foi dedicado a Consciência Negra. Mas, será que essa consciência está sendo levado à serio? A grande maioria dos jovens marginalizados é negra. Nas universidades públicas, o número de estudantes negros ainda é reduzido, e isso acontece porque a grande população pobre do nosso País é constituída por negros.
Ainda existe muito preconceito. Ainda há muito que se discutir. Politicas públicas precisam ser levadas a serio quando se trata desse tema. O matiz da nossa diversidade cultural está constituído na alegria, coragem e força de luta dos negros escravizados a partir de 1500.
No dia 29 de novembro a partir das 18h na quadra do DCE, ocorrerá a atividade cultural para falar e viver a consciência negra. Mostrar o brilho, cor e animação dos ritmos africanos em nossa terra. A Sexta Negra com Dandara, homenageia na mulher guerreira, companheira do Zumbi do Palmares, todos os filhos e filhas do quilombo.

Somos todos negros! Somos todos Dandara! 
Movimento Resistência e UEP recepcionam calouros na UFRPE e denuncia: enquanto o governo entregam nossas riquezas, milhões de jovens não conseguem cursar o ensino superior.

Foi com espirito de Rebeldia, conscientização política e muita alegria que os calouros da UFRPE, campus SEDE em Recife foram recepcionados pelo movimento Resistência e a União dos Estudantes de Pernambuco, no dia 21 de outubro, mesmo dia em que ocorreu o leilão do Campo de Libra. Os calouros mostraram toda felicidade por ter começado uma nova fase rumo à tão esperada carreira profissional, mas, também, compartilharam da indignação quanto à desvalorização e mercantilização da educação em nosso país e a privatização do nosso petróleo. O movimento Resistência e a UEP – Cândido Pinto, parabenizaram os calouros da melhor maneira possível, fazendo a denuncia quanto à privatização das nossas riquezas e convocando todos os estudantes a construírem as lutas por uma Universidade pública, gratuita e de qualidade aberta para o povo. Não é justo que um país com a 6º maior economia do mundo e com extensão continental, possua pouco mais de 60 universidades federais e que todos os anos milhares de jovens deixem de entrar nas universidades e que centenas abandonem seus cursos a cada semestre, por não terem políticas eficazes de permanência.

Camila Falcão, estudante de história - SEDE. vice-presidente RMR - UEP

O ensino superior em nosso País, infelizmente, ainda é privilégio de poucos. Milhões de jovens todos os anos deixam de entrar na Universidade e assim, interrompem seus sonhos. Com mais de 7,1 milhões de inscritos no ENEM 2013, e com uma média de apenas 1,1 milhões de jovens que conseguem vaga no ensino superior, sendo - 500 mil vagas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), 300 mil pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e 300 mil nas universidades federais - representando pouco mais de 15% dos inscritos no Enem que terão acesso aos cursos superiores.
Em contra partida, todos os anos o Governo Federal gasta cerca de 42% de todo seu orçamento para pagar uma dívida pública que já não existe, gasta milhões na construção de estádios de futebol para uso da FIFA. Privatiza bens do povo brasileiro em favor dos grandes monopólios Norte-americanos e Europeus, chegando a leiloar mais uma de nossas riquezas, o Campo de Libras na Bacia de Santos. A maior reserva do pré-sal do País, que chegará a produzir 1,4 milhões de barris de petróleo por dia.

Com tudo, o povo brasileiro é quem sofre as consequências desses danos. A juventude mostrou durante o mês de junho e julho deste ano que deseja um país mais justo, verdadeiramente democrático. Queremos um Brasil que valorize a educação, que coloque os anseios do povo em prioridade, e que a juventude, o trabalhador, a mulher não precisem mais escolher entre realizar seus sonhos e encarar uma vida de sacrifícios e exploração. A universidade deve ser aberta para o filho do trabalhador, garantir que o jovem ingresse no ensino superior sem ter que passar por processos seletivos injustos que distanciam do povo o acesso à universidade pública. Só na luta é que vamos garantir nossos anseios, pois só conquista quem luta!