quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Combate às Opressões na UFRPE


Professor Ademir Ferraz, 33 anos de UFRPE mas uma postura reacionária



O atual debate na UFRPE reacendeu diversos temas e reflexões sobre nossa universidade. Quem diria que a nossa centenária universidade, que enfrentou a ditadura militar, encabeçou a proposta governamental de expandir sua presença para o interior, que entrou, contudo no debate das cotas e sempre esteve na linha de frente quando se tratou de combater os desmandos acometidos em relação ao ensino superior no país, ainda traria consigo posturas atrasadas como essa que estamos vendo e a que somos submetidos todos os dias.

A universidade, apesar de muitos insistirem em não reconhecer, é produto de nossa sociedade e, como tal, traz consigo reflexos dessa sociedade que, apesar de toda informação disponível em nossos dias, consegue trazer, infelizmente, esse tipo de atitude. Daí nos vem um questionamento: isso deveria acontecer justamente em uma universidade?  Parece que sim. O que não podemos nos esquecer de analisar a origem dessa postura e como esse reflexo de nossa sociedade se manifesta em nossa universidade, mesmo parecendo contraditório, se tratando de um ambiente, aparentemente, alheio a esse tipo de comportamento preconceituoso, reacionário e inadmissível.

A verdade é que as universidades trazem consigo diversos resquícios de sua origem de classe. Essa opinião conservadora vem dês do inicio de nossa centenária instituição, que parece ainda impregnar algumas mentes menos abertas para enxergar que a sociedade não cabe apenas em nossa pobre opinião. A atitude de homofobia do professor Ademir Ferraz demonstra como ainda há, e muito, desse atraso em nossas universidades, um espaço que deveria ser totalmente livre desse tipo de postura.

Ainda não podemos esquecer que a ditadura militar deixou seu rastro também em nossa instituição e até as unidades são vítimas disso, mesmo tendo menos de dez anos cada. Exemplos dessa postura conservadora foi o caso do ex-coordenador da UFRPE, Cloves Silva, estudante da UAST, detido pela polícia em 2011 por dirigir uma assembleia na unidade contra o museu de obras. Após o ocorrido a direção da UAST abriu um processo contra o estudante, exigindo a sua expulsão baseado no famigerado decreto 477, criado na ditadura para reprimir os estudantes. Além desse o recente caso de racismo ocorrido na UAG, ano passado. Há quem diga que não, mas o fato do regimento da UFRPE, e de muitas universidades do país, ainda serem da época da ditadura militar não é mais uma prova de como estamos vivendo num ambiente de atraso?

Racismo, preconceito, machismo e homofobia são atitudes que se veem em nossas universidades e não é algo restrito a UFRPE. Cotidianamente temos que nos deparar com situações de assédio moral por parte de certos funcionários e professores a estudantes entre outros casos. Cabe ao movimento estudantil o papel de denunciar e cobrar a punição de tais ocorrências bem como propiciar o debate em torno do assunto, para por um fim real a tais atitudes.

 No caso do professor de metodologia científica e matemática da UFRPE, que trabalha na instituição há 33 anos, ficou claro que ainda temos muito a crescer, mudar nossa visão de mundo em relação a nós mesmos e aos outros. A reitoria afirmou não poder intervir no caso de modo mais incisivo, já que o fato ocorreu numa rede social e “fora da universidade”, as, de qualquer forma cabem ainda umas perguntas: é esse tipo de profissional que queremos formando nossos estudantes? Que tipo de profissional queremos formar para a sociedade? Quanto custa para um ambiente acadêmico, que deveria estar distante desses atrasos, reproduzir esse discurso da intolerância, da homofobia e do preconceito? A direção da universidade irá conciliar com essa postura? A comunidade acadêmica mostrou que não está nem um pouco a favor desse atraso que mancha o nome de uma instituição que já foi capaz de vencer outros tipos de “equívocos de nossa sociedade impregnada de atrasos e lacunas” que precisam ser vencidos e preenchidas.
 
 
 
 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Estudantes de zootecnia conquistam vitórias e decidem pela suspensão da greve.


assembleia estudantil de zootecnia
  Durante assembleia estudantil em Zootecnia (09/01), foi apresentada pela comissão, sendo a mesma designada na assembleia anterior e composta por integrantes do Diretório Acadêmico Arlindo Botelho – Gestão: Nação Zootecnia, e alunos da graduação, a proposta da Reitoria, a cerca das reivindicações levantadas pelos estudantes, que deu inicio a greve no último dia 07/01.  Na reunião com a Reitora Maria José de Sena, vice-reitor Marcelo Carneiro Leão, engenheiros do Núcleo de Engenharia Antônio José Tadeu e Egbert Duarte Costa, foi dada proposta de instalação dos condicionadores de ar e do modelo de sala padrão para ser entregue aos estudantes no dia 24/01. Além do comprometimento oficial, com documento escrito e assinado, garantindo que a faixa de pedestre, a instalação de banheiros mais adequados e renovação da rede elétrica, bem como a autorização para a comercialização de lanches, com espaço no departamento com acomodações para os alunos.


Por fim, os estudantes se pronunciaram como vitoriosos no final de todo o processo de paralisação e que propostas concretas já se tornaram realidade. Por meio da luta e da mobilização, os estudantes garantiram que suas reivindicações fossem ouvidas e que não apenas palavras fossem usadas como soluções para as graves condições estruturais que o D.Z. vêm enfrentando a tanto tempo. Agora, os estudantes tinham um documento assinado estabelecendo prazos plausíveis para o cumprimento de suas reivindicações. “Não foi por luxo que paralisamos nossas atividades acadêmicas, foi por melhorias de ensino e aprendizagem. Resgatamos o espírito guerreiro do povo Pernambuco e a memória do patrono de nosso diretório – Arlindo Botelho, estudante de zootecnia, preso e morto sob o regime militar fascista de 1964.” Afirmou o presidente do D.A., Allessandro Soares.
Com bastante alegria, os estudantes votaram pela suspenção da greve e volta das atividades acadêmicas a partir do dia 10/01, sexta feira, porém, alegando que caso os prazos não sejam cumpridos pela administração da UFRPE, voltarão em estado de greve estudantil. “A luta não pode parar! Sinto-me bastante feliz por construir essa luta e ver que conseguimos quanto diretório acadêmico, unir os estudantes de zootecnia em prol das lutas do D.Z.”, disse Ida de Andrade, Diretora de comunicação do D.A. de zootecnia.

Parabéns a todos os estudantes pela bela demonstração de força, luta e coragem. Os estudantes de zootecnia entraram na história do movimento estudantil da UFRPE fazendo da luta seu melhor modelo de aprendizagem, e ainda há muito a ser feito. Temos que continuar seguindo exemplos de luta de estudantes como Odijas Carvalho de Souza, Arlindo Botelho, Ranúsia Alves, Honestino Guimarães e tantos outros que entregaram seu maior bem, suas vidas, para a redemocratização do nosso País e que hoje, pudéssemos ter o direito de organizar nossas entidades estudantis, mobilizar e lutar pelos nossos direitos.
Seguiremos firmes na luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Greve estudantil de zootecnia, já conquista vitorias! Estudantes seguem firmes na luta!


Faixa confeccionada pelos estudantes. Entrada do departamento.
Durante o dia 08/01, em greve e após desocupação da reitoria, os estudantes de zootecnia, em assembleia, receberam a visita da reitora Maria José de Sena no Departamento de zootecnia. A mesma alegou que ainda essa semana os aparelhos de condicionadores de ar seriam instados, porém, não apresentou documentação oficial por escrito, exigência dos estudantes que declaram está cansados de promessas verbais. Com relações as outras reivindicações estruturais - Execução do Programa Sala de Aula Padrão; Reparo da Rede Elétrica; Construção de Banheiros e Liberação do espaço para instalação de uma lanchonete; Construção de centros de manejo e adaptação dos existentes, a reitora se pronunciou alegando questões burocráticas de licitações e não apresentou soluções plausíveis, a não ser, os estudantes esperarem ainda por mais tempo, as deliberações da burocracia Institucional.
Allessandro Soares, Presidente do D.A. Zoot. encaminhando a reunião com reitoria e estudantes em greve.

Por fim, foi encaminhada uma comissão composta por 5 estudantes, sendo 3 diretores do diretório acadêmico e 2 estudantes da graduação. A comissão teve o papel de reunir-se com a reitora no fim da tarde de hoje, para encontrar tentar ouvir as novas proposta apresentadas pela administração da UFRPE e levar aos estudantes. Allesandro Soares, presidente do D.A. Zoot., apresentou aos estudantes a proposta de manutenção da greve, até que as pautas sejam atendidas e que a reitora apresente novas proposta a serem analisadas por todos os estudantes do departamento e analisa que a greve já obteve conquistas, primeiro, pela forte adesão dos estudantes, apoio dos professores e também, pelo ato de entre estudantes e reitoria, concluiu o líder estudantil.

Na manhã da quinta feira (09/01), o D.A. realizará mais uma assembleia estudantil para apresentar a proposta da reitoria e encaminhar a permanência ou não da greve estudantil no departamento.

O movimento Resistência convida todos os estudantes da UFRPE a serem solidários com o movimento e expressar total confiança que por meio da luta iremos conquistar melhorias na nossa UFRPE. Não podemos aceitar que milhões passem a serem gastos com estádios de futebol, e com o pagamento da divida publica, enquanto jovens são privados de entrarem e permanecerem nas instituições de ensino. Queremos melhores condições de ensino e aprendizagem e uma universidade pública, gratuita e de qualidades.

Greve Estudantil no Departamento de Zootecnia. Enquanto não climatizar, o D.Z. vai parar!

Estudantes de zootecnia em frente ao Departamento.
O ano de 2014 não poderia começar da melhor forma! Estudantes indignados com as péssimas condições estruturais Departamento de Zootecnia (D.Z.), e cansados de promessas e mais promessas, decidem paralisar suas atividades na primeira semana de aula. Desde janeiro de 2013, que o problema estrutural do DZ vem se agravando. Os estudantes enfrentam salas sem climatização, prédio sem banheiro para banho, laboratórios sucateados, falta de apoio didático, tendo em vista que até o diretor de departamento, se encontra sem secretária. Tudo isso só comprova o quanto abandonado está o D.Z. e quanto é importante a mobilização e luta daqueles que compõe a maioria do curso, os estudantes.

Oficina de Cartaz.
Após passagem em sala, ouvindo os estudantes e professores, o Diretório Acadêmico Arlindo Botelho, gestão Nação Zootecnia, apresentou a proposta de paralisação das atividades acadêmicas. A proposta foi aceita não só pelos estudantes, como também, obteve o apoio de professores, coordenação e diretor de departamento do curso. Com isso nos dias 07 e 08 de janeiro, o D.Z., estava oficialmente paralisando.
Durante a amanhã da terça feira (07/01), os estudantes de zootecnia, liderados pelo Diretório Acadêmico e com o apoio do Movimento Resistência colocaram em prática com muita alegria e agitação política uma nova forma de aprendizado, a luta. Após  oficina de cartaz, saímos em passeata até o prédio da reitoria para entregar a carta de reivindicações. Fomos recebidos pelo Vice-reitor Marcelo carneio Leão, na sala de espera da reitoria, pois, foi alegado pelo mesmo, que a Reitora Maria José de Sena, não se encontrava. 

Estudantes de zootecnia ocupando a reitoria da UFRPE
Após leitura da carta de reivindicações e falação do vice-reitor, que mostrou apenas justificativas burocráticas a respeito do não cumprimento da promessa feita por ele e pela reitora no fim do ano de 2013, onde os mesmo confirmaram durante a “reitoria itinerante” que na volta as aulas (06/01/14) o DZ estaria climatizado e com salas modelo padrão em todas as turmas. O alegado pelo vice-reitor, foi que por motivos de licitatórios e de atrasos com as empresas, as salas não poderiam sem climatizados no momento e o mesmo, não poderia ser irresponsável de nos garantir uma data de entrega. Não teríamos prazo para termos nossas salas climatizadas e equipadas.
Estudantes ocupando a reitoria da UFRPE
Por meio de intervenções dos estudantes, foi decido que a paralisação não seria mais durante os dias 07 e 08 de janeiro. Seguiríamos agora, em GREVE, até que a reitora no atendesse e que nos apresentasse oficialmente por meio de documento escrito, onde a mesma confirmasse os prazos para o cumprimento de nossas reivindicações.  Também foi aprovada, a desocupação da reitoria, já que se fazia necessário uma nova assembleia estudantil para deliberar nossas novas tarefas. No dia 08/01, em assembleia geral dos estudantes de zootecnia, foi aprovado que os estudantes de zootecnia permanecerão em greve, até que suas reivindicações sejam atendidas!

ocupação da reitoria da UFRPE.
O Movimento Resistência parabeniza todos os estudantes de zootecnia e seu Diretório Acadêmico, que mostraram o quanto importante é nossa luta e que só por meio dela, garantimos conquistas. Não podemos permitir que nossa formação profissional seja ainda mais prejudicadas pela falta de estrutura e escutarmos apenas promessas e justificativas burocráticas para os problemas. Seguiremos apoiando e colaborando com cada estudantes, mostrando que a melhor maneira de educar o povo, é por meio da luta!


Saudações de luta estudantil!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

7 e 8 de Janeiro, Paralisação do Departamento de Zootecnia por melhorias estruturais. Vem para luta você também!


Dois mil e quatorze será um ano de lutas para o departamento de Zootecnia. Para iniciarmos o ano, nós Diretório Acadêmico Arlindo Botelho em conjunto com o corpo de alunos e com o apoio dos professores e do movimento resistência, decidimos por paralisar nossas atividades acadêmicas no dia 07/01 e 08/01 para que juntos lutemos por melhorias estruturais em nosso departamento! 

Esta em nossa pauta de reivindicações: 
Execução do Programa Sala de Aula Padrão - que irá dotar nossas salas de aula de climatização, Data Show, quadro e cadeiras apropriadas. Temos tido promessas constantes de que teríamos nossas salas climatizadas, porém entra anos e sai anos e promessas não são cumpridas. As salas de aula de nosso departamento possuem uma má acústica, quadros inapropriados, ausência de Data Show na maioria das salas e temperaturas elevadas durante a maior parte do ano! Para se ter ideia, professores já passaram mal e chegaram a ponto de quase desmaiarem em sala de aula. 



Reparo da Rede Elétrica - Não diferente das salas de aula, a rede elétrica de nosso departamento é arcaica e não atende a nossas necessidades, ocorrendo quedas constantes de energia e por consequência perdas de material e valioso tempo dedicado a pesquisas!
Vale lembrar que trabalhamos diversos animais, alguns precisam de aquecimento para se manterem vivos e produtivos e outros precisam de grande quantidade de alimentação para demostrarem todo o seu potencial. Tudo isto fica comprometido com as quedas de energia, uma vez que usamos a energia elétrica para gerar calor e movimentar o maquinário que prepara a dieta dos animais!
Construção de Banheiros e Liberação do espaço para instalação de uma lanchonete - Boa parte de nossos estudantes estão envolvidos em pesquisa ou em trabalhos que exigem que os mesmos passem o dia no departamento, porém não temos sequer um banheiro para que após o trabalho com os animais nós possamos tomar banho ou mesmo uma lanchonete para que possamos se alimentar!

Construção de centros de manejo e adaptação dos existentes - Manejamos animais de grande porte e para se evitar acidentes precisamos de centros de manejo seguros. Precisa-se também adaptar e/ou concluir as obras nos centros de manejo existentes. Há anos se iniciou uma obra no centro de manejo de animais de grande porte e a mesma nunca foi concluída, deixando os animais e nós alunos desprotegidos!

Construção de galpões de armazenagem de alimentos e maquinários -
Precisamos urgentemente de um local adequado para que possamos armazenar os alimentos que compõe a dieta dos animais e as maquinas necessárias para sua melhor preparação!
Atualmente os alimentos têm sido armazenados de forma incorreta (o que acarreta grande perdas e contaminação dos mesmos) e boa parte do maquinário existente não pôde ter sido instalado por não existir local apropriado e constantes quedas de energia!

Amanhã, a partir das 8 horas estaremos se reunindo para confeccionarmos material e discutimos o nosso departamento, logo mais, as 10 horas, seguiremos com cartazes até a reitoria! Contamos com a colaboração e ajuda de cada um de vocês!

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES, JUNTOS TEREMOS UMA UNIVERSIDADE PUBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!

Realização: Diretório Acadêmico Arlindo Botelho – Gestão: Nação Zootecnia.

Apoio: Coordenação e Direção do Departamento de Zootecnia; Movimento Resistência.